[:o] "A Lógica é, na verdaDe, inabalável, mas ela não resiste a uma pessoa que quer viver" Kafka [;)]

sexta-feira, 27 de março de 2009

A voz e o Tempo...

21 de março
A vos e o Tempo
A VOZ E O TEMPO – 16/19 de março de 2009...

A colheita é comum, mas o capinar é sozinho. (João Guimarães Rosa)

Roberto Gambini (autor do livro, entregue neste dia [19] ao colega de ofício) elabora uma metáfora que muito me tocou entre o artista e sua voz quando canta.

Lembrei-me das ferramentas e seus manuseios durante nossa formação: “elaborações teóricas, decantações de leituras [escutas] e estudos” [grifo “nosso”] no caminho da construção corriqueira para pensar sobre/na psicoterapia e na vida [a leitura do prefácio do livro me sugeriu estas associações...]

“Algo que radica na empiria [empatia] e que é fruto da interação...” (nos tornamos inteiros...)

“no oficiar [oficinar] o quotidiano em sintonização rente à subjetividade do outro”

“esforço pongente de apanhar a mola, o nervo do ofício de terapeuta – essa profissão em que, mais do que qualquer outra que a o longo dos séculos o ser humano tenha inventado, se exige que o profissional entre não apenas com o seu saber (forjado a custo de ESTUDO, RIGOR, MÉTODO, DISCIPLINA [eu diria ÉTICA também!]), mas na sua plena subjetividade, COM O QUE ELE É.

Tal metáfora, através do discurso deste livro “condensa aquilo que é o cerne, o caroço” para aqueles que se entregam a atividade como a um destino, não determinado...

Aquela que prefacia o livro comenta a fala do autor: “hoje sou profundamente casado com minha profissão, que não pode ser outra”. Eu somente agora compreendo o que ganhou outra perspectiva: eu só namorava o ofício como sua aprendiz/estudante. Só agora começo a desvendar outro começo, o tempo do casamento com o ofício (embora sendo hoje amante, seja também e ainda estudante/aprendiz...).

Esta “metáfora matrimonial” não é sinaliza o artifício retórico, mas algum grau do comprometimento/compromisso... lugar onde deixo o outro entrar, contar suas histórias, escuto o tempo...

Não se define unicamente uma decadência (finitude ou morte), “mas um agente que madura, matura, sazona – o vinho e os homens”; as mulheres e os livros; os seres e os seus filhos, suas obras e histórias entrando para a colheita, cultivos e novos plantios.

Um tempo semelhante ao “princípio primordial de criação”, “maturidade daquilo que a experiência trama e condensa”...

Apenas abre a voz, e o tempo canta (Chico Buarque)

Apenas me proponho alguma escuta

de alguma voz lançada...

Que com o trabalho e canção do tempo que canta,

Escuto, ouço e danço...

Ânj@...

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