O texto é meu, mas foi criado a partir das Autoras: Ida Ismênia de Lima Curi Hallal e Silvia Chwartzmann Halper.
Conforme Hallal e Halper a Ecologia do desenvolvimento humano descreve o estudo da acomodação progressiva e mútua entre o ser humano e os ambientes na qual estejam inseridos, processo afetado pelas relações estabelecidas entre sujeito e meio nos contextos mais amplos. Partindo da tese de que Ecologia é o estudo das relações entre os organismos vivos e todos os elementos do seu ambiente no qual o meio externo envia estímulos e recursos para seu desenvolvimento e sobrevivência. No caso dos seres humanos este desenvolvimento envolve processos relacionais e adaptativos de caráter biológicos, psicológicos, sociais e culturais.
Bronfrenbrenner, um dos autores usados pelas estudiosas, defende diferentes níveis relacionais dentro de uma ecologia que envolve micro, meso, exo e macro sistemas, incluindo a questão da cultura como elemento que traduz as relações políticas e econômicas da sociedade. Ocorre, ainda, “uma transição ecológica” sempre que a posição de um sujeito é alterada em conseqüência de uma mudança de papel, ambiente ou ambos.
Considerando-se o consumo de droga (sua produção, distribuição, comercialização, etc.) como “fenômeno especificamente humano”, cultural que sempre existiu, não é possível igualar as interferências nas sociedades primitivas e atuais. Diferenças essenciais nas questões complexas das relações humanas e nos modo de vida das atuais sociedades no que incluem as negociações, sua interferência e conseqüências, tanto nos aspectos individuais, familiares e culturais (para não falar nos políticos e econômicos).
A partir do desenvolvimento da sociedade pós-industrial, “enfaticamente produtora”, e seu processo de histórico de racionalização e automação até o nosso estágio atual de “mercantilização selvagem”, DE UMA SOCIEDADE enfaticamente “CONSUMIDORA”, onde o comércio de drogas é, cada vez mais, um importante negócio “que obedece às leis” implacáveis da economia, globalização e medicalização (da vida) a nível mundial, podemos apreender, sob o nome de medo e falta de medidas e seguranças eficazes que não há forma de comparação entre a sociedade atual e as anteriores no setor do uso e abuso de drogas. Illichi refere uma “sociedade drogada”, regida por “regras tóxicas de convivências”, que lança permanentemente produtos que devem ser consumidos sob o risco de excluir e eliminar os seus não consumidores.
Desde um movimento, recente e antecedente, em que as drogas foram o símbolo revolucionário contra o “estabelecido” (“establishment”) até a nova cultura de drogas ligada aos traficantes e ao crime organizado (resultado desta linguagem contra o estabelecido que os fez surgirem...) vem tornando-se indiscutível e assustador a relação direta com a criminalidade e crescimento da violência da nossa atualidade. Mudando drasticamente o contexto anterior na questão do uso e abuso de drogas e suas conseqüências nas relações sociais e na atual distorção dos valores morais humanos pelos valores e leis do mercado econômico atuais. A antiga forma de linguagem do uso e abuso de substância pela pretensão de um mundo pacifista (de paz e amor) gerou e engendrou, como conseqüência de um amplo contexto de uma cultura violenta e sanguinária associada, não somente ao tráfico, mas as escolhas relacionais, o projeto humano e os valores que estão (re-colocados) em jogo.
A continuidade do ser humano no contexto de sua relação com o meio (ambiente, ecologia e sobrevivência de ambos) parece ser um dos itens mais colocado em questão e evidência.
(do livro Álcool, outras drogas e informação, Casa do Psicologo, 2002 de Pulcherio, Bicca e Amarante Silva, no capítulo: Abordagem Ecológica: uma visão ampliada do problema da dependência química, p.204)
Álcool, outras drogas e informação
Por Gilda Pulcherio, Bicca, Carla/pulcherio, Carla Bicca, Fernando Amarante Silva
Colaborador Carla Bicca, Fernando Amarante Silva
Publicado por Casa do Psicólogo, 2002
ISBN 8573961872, 9788573961874
[ O livro custa (+ou-) 39,00 http://www.basilivros.com.br/loja/detalhes_produto.asp?CodigoProduto=445 ]
Parte 5 - Abordagens atuais no CAPÍTULO:
Abordagem Ecológica: uma visão ampliada do problema da dependência química.
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