“Nós acabamos procurando montar delicadamente um espaço...” como nos propõe o livro “O lugar dos pais na psicanálise de crianças” (ROSENBERG, 2002). Este espaço refere- se ao que foi possível fazer circular e ao seu lugar neste “forjar”; enquanto o termo “nós” (pronome da segunda pessoa) vai referir-se a entrevistadora e ao grupo entrevistado: uma criança, sujeito psíquico em constituição, e por trás dela os pais e irmãos e os muitos elementos que não puderam surgir neste espaço.
Muito embora existam e seja necessário mencionar os demais “nós” (substantivo) envolvidos na questão, as circulações de vários inconscientes e desejos, onde o trabalho inclui os pais como “variáveis indispensáveis”, “disparadores de associações, propulsores de movimento” e “figuras fronteiriças entre a realidade e o fantasma” (ROSENBERG, 2002, p.39). Mesmo quando de um trabalho investigativo que procura, não um tratamento, mas um simples encontro, e onde encontrado e encontrador são pertencentes as mais diversas tramas:
“... além das qualidades pessoais que se levam evidentemente em conta, a situação de entrevista com alguém mobiliza na criança, como nesse alguém, todo um conjunto de fenômenos subjetivos. Esses fenômenos não somente influem na relação entre a criança e seu interlocutor, mas pode-se dizer que eles a organizam em todos os momentos. Alguma coisa que corresponde a uma mudança possível nasce em cada um dos dois protagonistas, tecendo-se entre eles. Uma ação é encenada. Podemos fazer dela o que quisermos [...] mas não poderíamos ignorar o que se passa [...] a entrevista é por definição uma relação subjetiva, [...] seu estudo implica (no mínimo) o das duas subjetividade envolvidas...”. ARFOUILLOUX (1983)
este estudo deve levar em conta os processos que se desenvolvem, ao mesmo tempo, neste interlocutor, continua ARFOUILLOUX (1983, p.10), incluído aí, a idade da criança entrevistada, sua compreensão, o fato das constantes mudanças que irão requerer uma conduta mutável em relação a ela, sendo, estes elementos traduzido num sentido que vai além das palavras; estas têm um valor relativo dentro da comunicação com as crianças (e que o desenhar, o brincar e o encenar podem substituir em parte).
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